Localização
Local: Santa Maria da Boa Vista
Banda é capitaneada pelo zabumbeiro Deusdedith Pereira, um antigo morador de Itaparica, reassentado na Agrovila 26 há mais de 30 anos, devido a inundação em prol da construção da barragem de sobradinho. Nesse êxodo, das margens do rio São Francisco para uma comunidade rural longe do rio, os moradores foram desgarrados abruptamente de sua atividade principal, a pesca, para aprenderem e se adaptarem a lida de lavradores; levaram a tradição católica da veneração aos santos, a festa de São Gonçalo e a banda de pífano, que homenageia São José, sobretudo para manterem suas tradições ancestrais e a união da comunidade de reassentados.
Cada agrovila tem um padroeiro específico, que, por conseguinte, tem um mês certo das rezas e renovações – sempre acompanhadas pela Banda de pífanos Simplício Rosendo, cuja fundação é remetida a mais de 150 anos atrás, numa tradição oral repassada entre gerações familiares, que remete a origem cabocla da cultura local. Os ritmos variam, são valsas, dobrados, marchas, baiões e frevos – sendo respeitado sempre o local e horas de liturgia (quando tocam apenas temas religiosos).
A banda existe para que a memória de onde vieram seja preservada e também para comporem as liturgias das novenas e renovações – ou seja, além do caráter religioso há um forte teor identitário na formação e manutenção dessa banda.
Os instrumentos são de materiais mais modernos – os pífanos de PVC e a percussão de instrumentos marciais (metal e plástico).
No caso da banda de pífano Simplício Rosendo, há uma particularidade quanto ao número de componentes, já que, diferentemente das corriqueiras variações entre quatro a seis componentes, na banda pode haver mais de dois pífanos tocando (no momento da entrevista chegou a haver quatro) e não necessariamente há variações entre primeiro e segundo pífanos – podendo os pífanos em determinadas melodias tocarem em uníssono.
Músicos e Bandas