Localização
Local: Bodocó – Pernambuco
A história de Miguelzinho do Jardim e a Sua banda de pífanos segue um roteiro mais comum visto no mapeamento:
Aprendeu a tocar pífano em talos de mamona, antes escondido dos tios; treinava de ouvido, tentando aprender principalmente os benditos e dobrados, em certa ocasião de um novenário um dos membros d banda faltou e foi dada uma chance a Miguelzinho, que desde então toca pífano. Foi em 1998 que ele fundou a própria banda e desde então ensina aos parentes mais jovens a arte de tocar e fazer os instrumentos.
A banda tem componentes da mesma família, com uma renovação notável – durante a entrevista pode-se perceber não só a presença de jovens já tocando na banda, como um entorno com significativo número de crianças interessadas no que se passava e principalmente na banda de pífano.
Vale salientar que a Comunidade do Jardim, em Bodocó, é relativamente pequena e não tem muitos atrativos lúdicos para os locais – nesse contexto as bandas de pífano ainda são uma atração musical valiosíssima, não apenas no tocante a religiosidade, mas como uma alternativa de entretenimento.
Miguelzinho mostra com orgulho uma zabumba que fabricou, cujo corpo foi fabricado a partir de um grande tonel de metal – isso fez com que o instrumento seja um tanto acima dos padrões em relação ao peso e tamanho, no entanto essas proporções são justificadas tão logo passamos a ouvir a zabumba ressoar.
A formação da banda é um quinteto, com a presença adicional de um triângulo, justificada como uma etapa do aprendizado em relação aos demais instrumentos: primeiro o jovem pega no triângulo, vai convivendo com os músicos, indo às tocadas, aprende de ouvido os ritmos, até que tenha a oportunidade (como uma substituição temporária de um músico) de tocar os demais instrumentos – os pífanos notadamente são o último degrau de aprendizado da banda, havendo quem passe a vida sem conseguir dominar o instrumento.
Músicos e Bandas